segunda-feira, 7 de setembro de 2009

MOVIMENTO SEM TERRA


Por: Pedro Munhoz
1. Quem contar traz à memória, sabendo que a dor existe, quando a morte ainda insiste, em calar quem faz a História. Pois quem morre não tem glória, nem tampouco desespera, é um valente na guerra, tomba, em nome da vida. Da intenção ninguém duvida, quando matam um Sem Terra.

2.
Foi assim nesta jornada,
quando mataram mais um,
o companheiro ELTON BRUM,
não teve tempo pra nada.
Numa arma disparada,
o Estado é quem enterra
e uma vida se encerra,
em nome da covardia.
Toda a nossa rebeldia
quando matam um Sem Terra.

3.
É o desatino fardado,
armado até os dentes,
até esquecem que são gente,
quando estão do outro lado.
E vestidos de soldado,
todo o sonho dilacera,
violência prolifera
tiro certeiro, fatal.
Beiram o irracional,
quando matam um Sem Terra.

4.
Quem és tu, torturador,
que tanta dor desatas,
desanima e maltrata
o humilde plantador?
Negas a classe, traidor,
do povo tudo se gera,
te esqueces deveras,
debaixo de um capacete.
Dá a ordem o Gabinete,
quando matam um Sem Terra.

5.
Em algum lugar da pampa,
ELTON deve de estar,
tranquilo no caminhar,
jeito humilde na estampa.
E algum céu se descampa,
coragem se retempera,
outras batalhas se espera,
dois projetos em disputa.
Não se desiste da luta,
quando matam um Sem Terra.

Barra do Ribeiro/RS
27.08.09

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