DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES
GT de Mulheres
8 de março: Manifesto das Mulheres da Conlutas para São Paulo
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8 DE MARÇO
RESGATANDO A TRADIÇÃO DE LUTA DA MULHER TRABALHADORA:
MULHERES CLASSISTAS, FEMINISTAS e CONTRA OS GOVERNOS LULA E SERRA LUTANDO CONTRA O MACHISMO, A EXPLORAÇÃO E PELO SOCIALISMO
CONCENTRAÇÃO na praça Osvaldo Cruz, às 10h
Neste 8 de março, “Dia Internacional de Luta das Mulheres”, é fundamental que estejamos unidas enquanto trabalhadoras, resgatando o sentido histórico de nossa luta contra o capital e seus representantes, exigindo a manutenção dos direitos conquistados às custas de nosso sangue e suor. E lutando contra a opressão machista, que nos violenta cotidianamente.
É preciso explicitar para o conjunto das mulheres trabalhadoras que para conquistarmos o fim da opressão e da exploração, para destruirmos as relações capitalistas é necessário que nossa luta seja direcionada aos nossos inimigos de classe: aos patrões e aos governos.E nesse sentido, é fundamental que essa luta seja tomada pelo conjunto dos trabalhadores, pois a opressão serve para manter e reproduzir a exploração sobre homens e mulheres da classe trabalhadora. É imprescindível dizer em alto e bom som que não há capitalismo sem machismo, assim como não é possível acabar com o machismo sob o capitalismo, isto é resgatar o caráter histórico do 8 de março, de um dia de lutas proposto no II Congresso Internacional das Mulheres Socialistas por Clara Zetkin!
É neste marco que se torna fundamental organizar as mulheres para lutar contra os ataques que estão previstos para este ano, assim como para avançarmos rumo às conquistas de direitos ainda não alcançados.
No Brasil a retirada dos direitos conquistados vem ocorrendo há décadas e, no último período o governo Lula é o responsável pela aplicação dos planos da burguesia que atacam a classe trabalhadora.
É o governo Lula que fez a Reforma da Previdência aumentando a idade mínima para aposentadoria e agora está encaminhando outra reforma que além de aumentar novamente o tempo/idade, irá atacar mais diretamente as mulheres diminuindo a diferença em relação aos homens, desconsiderando assim a dupla jornada a que estamos submetidas. Esta proposta também não considera que a opressão combinada com a exploração tem destinado às mulheres trabalhos repetitivos, além de haver aumento do assédio moral e sexual. Com esta Reforma, quando as trabalhadoras estiverem para se aposentar suas vidas estarão destruídas pelas doenças profissionais e pelo esgotamento físico e mental. Há ainda a intenção de extinguir as pensões, novamente atingindo, principalmente aquelas mulheres que por décadas foram donas de casa e ao enviuvar ficarão sem recursos para se manter. O governo estadual de Serra segue nesta mesma linha ao impor mudanças na aposentadoria de professores, uma categoria na sua maioria feminina.
É o governo Lula que encaminhou a proposta de Reforma Trabalhista que prevê a flexibilização dos direitos, inclusive a licença maternidade. Além de restringir um direito fundamental dos trabalhadores que é o direito a greve.
É o governo Lula que aprovou a Lei Maria da Penha num dia e no outro cortou 42% dos recursos para combater a violência contra a mulher. Os índices de violência doméstica não diminuíram e os de violência institucional aumentaram. Como foi o caso de Belém do Pará onde uma menina de 15 anos foi sistematicamente estuprada sob o governo de Ana Júlia Carepa (PT), governo este que foi eleito com financiamento de empresas que utilizam trabalho escravo.
É o governo Lula que se declarou abertamente contra o aborto, e armou o palanque para a Igreja Católica defender contra a legalização na Conferência Nacional de Saúde e lançar, em seqüência, a campanha da fraternidade 2008.
Não podemos esquecer também o ocorrido no 8 de março de 2007 quando Lula trocou “gentilezas” com Bush e aliou-se com Serra e Kassab para colocar a tropa de choque para reprimir a manifestação da mulheres.
Por tudo isto é necessário nomear os responsáveis pelos ataques: Lula, Serra e Kassab, e manter a visibilidade em torno de nossas bandeiras de luta pela garantia dos direitos, pelo fim da dupla jornada de trabalho, pelo pleno emprego, pelo piso do DIEESE, pela legalização do aborto, pelo fim da violência sofrida cotidianamente.
Nós não vamos abandonar a luta da mulher trabalhadora, não vamos romper com a nossa história de luta. Por isto não vamos seguir ao lado de organizações que se negam a lutar contra o governo, nosso inimigo de classe, responsável pela violencia que sofremos cotidianamente e que ao agirem dessa forma, tornam-se inconseqüentes na luta contra a opressão e a exploração das mulheres, favorecendo assim a manutenção deste estado de miséria e a a implantação de planos neoliberais que impoem derrotas às mulheres trabalhadoras. Assim não concordamos com o caráter que vem sendo imprimindo ao movimento feminista e em particular à organização do 8 de março, com palavras de ordem genéricas, que não enfrentam o governo Lula, que desorganiza a luta. Vamos seguir lutando por uma sociedade justa, sem machismo, sem opressão, sem exploração: UMA SOCIEDADE SOCIALISTA.
Convidamos a todas as lutadoras a construir este 8 de março para lutar:
- Contra as reformas que retiram direitos das mulheres trabalhadoras
- Em defesa da aposentadoria e da licença maternidade
- Por salários dignos e iguais para homens e mulheres que exerçam as mesmas funções;
- Pelo pleno emprego para as mulheres na cidade, pela garantia de trabalho digno para a mulher camponesa;
- Pela construção de creches e escolas públicas de jornada integral que atendam todos/as os/as filhos/as das trabalhadoras;
- Pela descriminalização e legalização do aborto, garantido na rede pública de saúde
- Distribuição gratuita de todos os métodos contraceptivos;
- Pela construção de postos de saúde e hospitais em todos os bairros da periferia, com número adequado de profissionais para atender à demanda;
- Pela construção de restaurantes públicos e lavanderias coletivas;
- Pelo fim da violência sofrida pelas mulheres;
- Pelo direito a moradia digna;
- Contra o preconceito de raça, nacionalidade e orientação sexual.
São Paulo, fevereiro de 2008.
Coordenação Nacional de Lutas - SP
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