segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

INVASÃO



INVASÃO DO PANAMÁ PELOS EUA,20/12/1989.

sábado, 4 de dezembro de 2010

COMPLEXO DO ALEMÃO




ite@pstu.org.br

A farsa da pacificação do Estado do Rio de Janeiro



PSTU RJ


• O Estado do Rio de Janeiro vive uma verdadeira guerra civil, um estado de sítio, que desmascara a demagogia e a incompetência do governador reeleito Sergio Cabral (PMDB) e seus subordinados. Para ganhar a eleição divulgaram amplamente que a cidade e o estado estavam pacificados, que tinham através das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) acabado com o tráfico e, consequentemente, com a violência.

Neste exato momento helicópteros da Polícia Civil e da Polícia Militar sobrevoam a cidade e as comunidades do Complexo do Alemão e a de Manguinhos, tentando encontrar os culpados por esta situação. As escolas estão suspendendo as aulas e os trabalhadores estão voltando mais cedo para as suas casas. No centro da cidade as pessoas interrompem mais cedo as suas atividades. Neste momento, ônibus estão sendo incendiados, e rodovias bloqueadas por traficantes, que saqueiam os veículos e logo em seguida ateiam fogo. Nos últimos dias. mais de 40 veículos, entre ônibus e carros de passeio, foram incendiados, dezenas de bloqueios de estrada, para em seguida ser praticado o saque aos motoristas.

Em vários pontos do estado, o governador aliado de Lula, tenta através de blitz inibir a ação dos traficantes, todos os policiais que exerciam funções internas, médicos, mecânicos, funcionários burocráticos, todos foram convocados para atuarem nas ruas das cidades como se o problema da violência fosse resolvido numa ação de guerra. Todas as medidas até agora adotadas pelo setor de segurança do estado falharam, e o que predomina é o pânico, a insegurança e a falta de uma política que de fato enfrente a violência e a insegurança.

Neste momento a imprensa, em particular a Rede Globo, aproveita a situação para aumentar sua audiência, alardeando o caos que se encontra a cidade e o estado, mas não fala que tudo isso se explica, por um lado, em função da miséria que vive uma parte da população, que é condenada a viver nos morros da cidade em barracos, sem empregos e com salários insignificantes, reprimida pela polícia fascista e corrupta de Sergio Cabral, pelo tráfico ou pela milícia. Por outro lado, a conivência do Estado com os grandes empresários, que tem ligação com o tráfico internacional de drogas e de armas. Estes senhores quando são pegos alegam que são colecionadores de armas.

Neste momento o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, disse que quem passar na frente do Estado vai ser atropelado. Os policiais traduzem as ordens do Estado e dizem que vai morrer muita gente. Treze pessoas já morreram, demonstrando qual é a política destes senhores fascistas. Vão exterminar os pobres e negros e jovens e vão dizer que são traficantes. Um bom exemplo que não devemos confiar nestes governantes foi a instalação das UPPs na área da Tijuca, o morro do Borel, Formiga, Casa Branca, Macacos, Morro da Liberdade, Turano, Salgueiro, todos com grande presença do tráfico, com centenas de traficantes fortemente armados, foram ocupados após acordo do governo com os traficantes, que garantiu a saída de todos , com seu armamento de guerra, antes da ocupação.

Uma vergonha. Esta manobra do governador e de todos os seus aliados foi comemorada por Sérgio Cabral, Lula e Dilma, e seu secretário de segurança, que divulgaram amplamente que tinham acabado com o tráfico e pacificado a cidade e o estado sem dar um tiro. Disseram que os traficantes fugiram assustado. Com este discurso ganharam as eleições de outubro. Quem não lembra da candidata Dilma dizendo na televisão que iria exportar estes exemplos do Rio para o resto do país? Na verdade o que ocorreu foi um grande acordo do Estado com os traficantes, que se deslocaram para outras regiões da cidade e do estado, preparando a região da Tijuca e da Zona Sul para receber os turistas e os investimentos da Copa do Mundo e para as Olimpíadas.

O governador e seus aliados andam de carro blindado, com escolta de seguranças, de helicóptero, enquanto nós trabalhadores ficamos vulneráveis nos ônibus, que estão frequentemente sendo incendiados. O governo aproveita esta situação para criminalizar a pobreza, estão preparando um verdadeiro extermínio nas regiões mais pobres. Está sendo preparada a invasão do Complexo do Alemão e de Manguinhos. Sabemos que quem vai pagar são os trabalhadores e a juventude, com o pretexto de atacar os traficantes, sabemos onde vai dar essa política. Se for negro e pobre, atira e depois verifica quem é.

Um programa socialista para enfrentar a violência
Não achamos que as UPPs sejam a solução. Não é possível viver sob uma ocupação. Todas as medidas de maquiagem do Estado, os cursos com os caminhões do SENAC nas comunidades (para pouquíssimas pessoas) para ensinar corte e costura e formar cabeleireiro e noções de informática, não garante o que é o fundamental. As pessoas precisam na comunidade e no país de um bom emprego, com um salário decente. Por isso propomos que o salário mínimo dobre imediatamente. Propomos a construção de boas escolas com muitas vagas e com profissionais da educação tendo um salário decente, e não o vergonhoso salário de 700 reais que paga o estado ao professor. Defendemos a construção de bons hospitais para que os trabalhadores não morram por falta de leito nas emergências. Exigimos que o governador pare imediatamente com a demolição do IASERJ, com o fechamento do Pedro II, hospitais que são fundamentais. Queremos lazer decente, acesso a cultura e não maquiagem para turista ver. Queremos moradias decentes e com infra-estrutura. Existe um responsável pelas ações que estão ocorrendo no estado e na cidade: é o governador, os prefeitos e o governo federal que fizeram muito estardalhaço nas eleições e que agora nos deixam nesta situação.

Não acabaremos com a violência e com o tráfico sem descriminalização das drogas, sem colocar na cadeia os grandes empresários que traficam as armas e as drogas, sem o confisco de seus bens. Não acabaremos com violência se não tivermos empregos decentes para as nossas famílias. Precisamos dissolver essa polícia e construir uma polícia ligada à população e, principalmente, controlada por ela, com eleições para o comando e para os delegados e com mandato revogável. Exigimos o fim do extermínio dos pobres e negros. Não a invasão e ao extermínio dos moradores das comunidades.

Cyro Garcia, Presidente do PSTU - Rio de Janeiro


[ 25/11/2010 15:19:00 ]

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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

CUBA



FIDEL DESEMBARCA DO GRANMA,INICIANDO A GUERRILHA EM SIERRA MAESTRA,EM CUBA,02/12/1956.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

COMPLEXO DO ALEMÃO



Por Michel Blanco . 30.11.10 - 15h01

É pro Fantástico?

Quem esperava um “pega pra capar” na tomada do Complexo do Alemão pelas forças de segurança sentiu-se frustrado. Anticlimática, a ação não correspondeu ao prenunciado em manchetes da véspera, como a do Globo: “Intenso tiroteio entre Exército e tráfico abre Batalha do Alemão”. Assim, com batalha em maiúscula, o diário reforçava a alusão absurda ao desembarque das tropas aliadas na Normandia, inaugurada na manchete da última sexta-feira (“O Dia D da guerra ao tráfico”). Esse é só um exemplo.

Entre o triunfalismo e o sensacionalismo, a cobertura jornalística da operação policial serviu de sela ao discurso oficial, mas também montou sobre um clamor coletivo por justiçamento, desatado em fãs da escola Capitão Nascimento. O que se viu na mídia – digital, eletrônica e impressa – foi a espetacularização dos fatos, em uma busca pelo protagonista de “Tropa de Elite” entre os homens das polícias e das Forças Armadas que subiam o morro, clicados em posição de combate. Acuado pelo fogo cruzado, o pessoal do morro, como de costume, não coube na foto.

Sintoma da disposição da imprensa para o espetáculo revelou-se na escolha das fontes. E lá estava o cineasta José Padilha a comentar a onda de violência que assola o Rio de Janeiro. Sem entrar no mérito da reconhecida competência profissional, a análise de Padilha é tão válida quanto uma palestra de Steven Spielberg sobre a extinção dos dinossauros, como disse uma amiga.

Se havia dúvidas sobre uma excessiva dramatização na cobertura jornalística, elas se desfizeram com as imagens dos bandidos presos no Alemão, exibidos na TV como troféus. Caso de Eliseu Felício de Souza, o Zeu, um dos condenados pelo assassinato do repórter Tim Lopes, em 2002. O finado “Aqui Agora”, do SBT, pareceu servir de referência ao autoelogiado padrão Globo de jornalismo. Revanchismo? Outras emissoras seguiram o mesmo caminho, e algumas se lambuzaram a valer, como a Band.

A chegada dos blindados das Forças Armadas foi saudada nos jornais com manchetes de uma guerra a ser vencida, em meio a um tom geral de “agora sim”. O emprego dos militares foi decisivo para o sucesso da operação, inclusive para que não se transformasse em um banho de sangue. Fato. Mas a participação do militares não é inédita no Rio e falta uma discussão séria sobre eventuais riscos do envolvimento das Forças Armadas em ações policiais. Alguém lembrou o que aconteceu no morro da Providência, há apenas dois anos, quando militares entregaram três rapazes para traficantes do morro da Mineira?

Jogando pra galera, a imprensa escolheu o caminho fácil da luta do “bem” contra o “mal”: forças de segurança de um lado, bandidos do outro. Atribuiu a onda de arrastões e carros incendiados a uma reação de traficantes às Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs), ignorando que as milícias — policiais, bombeiros e até soldados envolvidos em tráfico de drogas e armas, extorsão e ‘gatos‘ de toda espécie, de gás a TV a cabo — são tão ou mais resistentes que os traficantes às UPPs (um ótimo projeto, diga-se).

O problema é que, no confronto do Rio, não existe a polaridade entre bem e mal apregoada na dramatização midiática, ante o elevado grau de corrupção e envolvimento de agentes da lei com o crime organizado – noves fora a perpetuação de métodos truculentos. A ficha caiu até para o Capitão Nascimento. Mas na cobertura do tal “Dia D”…

Infelizmente, não começamos a vencer o crime no último domingo, como festejou a imprensa. Estamos longe, e só chegaremos lá quando soubermos dizer quem realmente é polícia e quem é bandido. Ou pelo menos identificarmos entre os mortos da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão quem portava um fuzil ou apenas carregava um guarda-chuva.

P.S.: E alguém acha que depois da apreensão de 44 toneladas de maconha no Complexo do Alemão vai faltar erva no Carnaval?